quarta-feira, 11 de abril de 2012

Famintos, animais definham em zoológico do interior de SC


Decepcionou-me a "meia-verdade" divulgada pela Folha de São Paulo.
Com a aprovação dos recintos, o IBAMA certificou que o Zoológico do Cattoni-Tur Hotel estava apto a receber os animais apreendidos ou oriundos de circos. Todavia, como ocorre normalmente em órgãos públicos que cuidam de meio ambiente (em especial fauna e flora), faltam recursos e verbas e há negligência sobrando, o que justifica a situação deplorável, inaceitável e absurda que esses animais se encontram.
Após a interdição do Zoológico, a responsabilidade dos animais não é mais do dono (Azodir Cattoni), e sim do IBAMA! Esse órgão tem a tutela desses animais, portanto a obrigação de zelar pelo seu bem-estar! E sendo assim, acusar o dono do zoológico de abandono é simplesmente jogar a responsabilidade do IBAMA no lixo e colocá-la numa pessoa que não mais a tem!
Agora fica a pergunta: por que a imprensa não esclareceu os fatos da maneira como realmente são? Por que não foi feita uma verdadeira DENÚNCIA de ineficácia de mais um órgão público público brasileiro?!
Era melhor não publicar esse artigo do que alterar os fatos... Lamentável!
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JEAN-PHILIP STRUCK
ENVIADO ESPECIAL A SALETE (SC)
O rugido insistente de um leão se tornou comum em meio à paisagem de araucárias do interior de Santa Catarina nas últimas semanas.
"É por causa da fome", diz a voluntária, enquanto joga um pedaço de carne para o animal de aparência esquelética, que devora o alimento em segundos. Macacos apáticos em jaulas imundas observam a cena.

Eles e outras dezenas de bichos são os sobreviventes do zoológico do Cattoni-Tur Hotel, no centro de Salete (a 260 km de Florianópolis).
Segundo o Ibama, o local foi praticamente abandonado pelo dono, Azodir Cattoni, após o órgão interditá-lo, em dezembro. Desde então, os bichos passaram a comer cada vez menos. Tigres que recebiam 14 kg de carne a cada dois dias passaram a ter dois frangos.
A eletricidade foi cortada. E sem as cercas elétricas, uma onça já pulou na jaula dos leões e foi morta. "Todo mundo corre risco de morte", disse a analista ambiental do Ibama Gabriela Breda, que circula armada pelo zoo.
  
Instalado num antigo seminário, o hotel-zoo foi aberto em 2007 e passou a acumular legalmente enorme quantidade de bichos. Havia mais exemplares de certas espécies do que no zoo paulistano.
"Vinham de apreensões ou foram abandonados por circos", disse Elenice Franco, do Ibama. Segundo o órgão, os recintos são inadequados, e o acúmulo se refletiu no índice de mortalidade, que alcançou 80%. O aceitável seria até 20%.
Dos 1.100 animais que entraram lá, só 214 estavam vivos na interdição, decidida após a fuga da elefante Carla, que saiu em disparada pelas ruas e só foi capturada horas depois --hoje ela vive no Rio.
Multas aplicadas pelo Ibama somam R$ 50 mil. Agora, até o hotel está fechado.
O órgão e voluntários intervieram na semana passada. Dezenas de bichos já foram levados a outros zoos, mas cerca de 40, entre macacos e avestruzes, não têm para onde ir.
Azodir Cattoni não foi localizado. O Ibama diz ter sido informado de que ele está fora do país. Advogados que já o representaram não se manifestaram. No hotel ainda atuam quatro pessoas, entre elas uma irmã e um cunhado, que se recusaram a falar com a Folha.
Fonte: Folha de São Paulo (SP) 10/04/2012 - 10h24

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Corais brasileiros estão ameaçados por invasores vindos da Ásia

O coral-sol chegou ao Brasil há 30 anos e se espalhou pelo litoral, matando as espécies nativas. O invasor destrói o ambiente marinho.



Os corais brasileiros estão sendo ameaçados por uma espécie de coral vindo do Oceano Pacífico, o coral-sol, que sufoca as espécies nativas e destrói o ambiente marinho. Este invasor foi visto no Brasil, pela primeira vez, há trinta anos. Agora, o que preocupa os pesquisadores é que ele está se espalhando pelo litoral do país. 
Testes feitos em laboratórios confirmaram o que os pesquisadores mais temiam: o invasor já chegou ao litoral da Bahia, região que guarda algumas das mais importantes colônias de corais da costa brasileira. 
A cada mergulho, biólogos e oceanógrafos se assustam com a paisagem alterada no fundo da baía. Isso porque o coral-sol se espalha rapidamente e em pouco tempo domina os recifes e sufoca os corais nativos. "Esses organismos apresentam uma taxa de crescimento muito acelerada, produzem guerra química com os outros corais e isso, com certeza, leva à devastação dos nossos corais nativos", explica o biólogo José Amorim.  
A competição é desleal: enquanto os corais nativos crescem menos de um centímetro por ano, o coral-sol cresce três vezes mais. Em algumas áreas, ele já ocupou todos os espaços do recife. Muitas colônias nativas já morreram e as que ainda não foram atacadas, também correm o risco de desaparecer. 
O coral-sol é uma espécie asiática, muito abundante em águas do Índico e do Pacífico. Chegou ao Brasil, em cascos de navios cargueiros, pelo Rio de Janeiro – especificando, na Baía da Ilha Grande, no município de Angra dos Reis. Hoje, já se espalhou para Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo e Salvador. 
A grande ameaça, segundo os pesquisadores, é a migração do coral-sol para o extremo sul da Bahia. Se isso acontecer, ele pode alterar uma das regiões mais ricas do Oceano Atlântico em biodiversidade marinha. 
Das 20 espécies de corais existentes no Brasil, 17 estão em Abrolhos - oito são exclusivas. É o caso, por exemplo, do coral-cérebro, um dos maiores e o que mais chama a atenção pela beleza.

Projeto de Lei libera peixes exóticos nos rios

Atual Ministro da Pesca: Marcelo Crivella
Profissão: cantor, escritor e pastor evangélico
A excelente qualificação para assumir o Ministério da Pesca deve ser a razão pelo Ministro não ter respondido à solicitação de entrevista da Folha, afinal, que argumentos técnicos teria para debater sobre o assunto?

Para cientistas, redes não impedem que espécies estrangeiras escapem para rios e causem estragos
CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

Projeto quer 'naturalizar' peixes exóticos no Brasil
Proposta que está na Câmara quer autorizar criação em tanque de hidrelétrica



"John, o tipo de controle que você busca é impossível. Se há uma coisa que a história da evolução nos ensinou é que a vida não pode ser contida. A vida se liberta."

Na passagem acima, o matemático John Malcolm, de "Jurassic Park", tenta alertar o milionário John Hammond sobre a futilidade de seus esforços para evitar a proliferação de dinossauros sanguinários na ilha que os abriga.

Biólogos brasileiros estão usando o mesmo argumento hoje em relação a um projeto de lei já aprovado em três comissões da Câmara dos Deputados. Ele pode causar um impacto devastador em rios e lagos brasileiros ao liberar, nessas águas, a criação de animais aparentemente mais inofensivos: carpas e tilápias.


O Projeto de Lei 5.989/09, do deputado Nelson Meurer (PP-PR), prevê a "naturalização" de peixes exóticos (não nativos), que poderiam ser criados dentro de redes em reservatórios de hidrelétricas.

O texto altera a Lei da Pesca e Aquicultura, de 2009, que proíbe a criação de espécies exóticas em águas continentais brasileiras -limitando-as a tanques fechados ou a rios onde essas espécies já estejam estabelecidas.

Segundo o deputado, o objetivo é fomentar a geração de renda nas regiões dos reservatórios, como Sul e Sudeste, onde as barragens levaram a pesca local ao colapso.

"Nós temos imensos lagos onde pode ser produzido peixe", disse Meurer à Folha.

Num artigo na próxima edição da revista científica "Natureza e Conservação", um grupo de cientistas liderado por Ângelo Agostinho, da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, argumenta que a aprovação da lei fará mais mal do que bem. O grupo está conduzindo uma petição pública contra o projeto, que já conta com mais de mil assinaturas de cientistas.

As cinco espécies da proposta de Meurer estão entre as cem piores pragas invasoras do planeta. E, como os dinos do filme, elas seriam contidas pelas redes de criação.

"Criar em tanque-rede é o mesmo que na água. Sempre há escape", diz Agostinho.

COMPETIÇÃO

Apesar de não serem predadores, esses peixes causam estragos competindo por comida com espécies nativas, comendo seus ovos e piorando a qualidade da água.

"As tilápias agitam muito os sedimentos do fundo e excretam muito fósforo", afirma Fernando Pelicice, da Universidade Federal do Tocantins, coautor do artigo. Isso reduz o nível de oxigênio da água, tornando-a tóxica.

Outro risco é a introdução de espécies indesejadas, como vermes e fungos que causam doenças nos peixes.

Pelicice admite, contudo, que não há evidências de impactos ambientais sérios já causados por esses peixes em rios brasileiros.

O deputado paranaense vê exagero na preocupação dos cientistas. "Eles são ressabiados em tudo", afirma. Segundo Meurer, as tilápias já estão estabelecidas "em 100% dos rios" do sul do país.

Ele aposta na fiscalização dos Ministérios do Meio Ambiente e da Pesca - que, segundo o substitutivo em análise na Câmara, serão responsáveis pela lista de espécies passíveis de naturalização.

Afirma também que há uma solução técnica para os escapes: criar nos tanques indivíduos de apenas um sexo.

O problema, diz Agostinho, é que há sempre indivíduos que trocam de sexo espontaneamente -como os dinos de "Jurassic Park", que inutilmente eram fêmeas para evitar sua multiplicação.

Procurado pela Folha, o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, não respondeu à solicitação de entrevista.

Jogo Imagem & Ação no Ensino de Biologia

Recebi essa mensagem através do grupo de e-mails SBENBIO - Sociedade Brasileira do Ensino da Biologia (Yahoogrupos), com autoria do Prof. Daniel Azevedo. Por ser uma atividade interessante a ser levada à sala de aula, compartilho com vocês!

"O jogo Imagem e Ação pode ser usado com a finalidade de avaliar diferentes matérias. Neste vídeo é mostrada uma competição onde na maioria das perguntas é preciso chegar a um consenso em 30 segundos. O grupo que não chega a um acordo nesse tempo, passa a vez de jogar: eis a razão para o nome “Jogo da Discórdia”.

Além desse tipo de perguntas surgem desafios específicos e até mímica (a primeira mímica é mostrada aos 7 minutos e 33 segundos)".

Elaboração: Prof. Daniel Azevedo (Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/2492156106516127).

Competidores: alunos do Terceiro ano 2012 do Colégio da Polícia Militar General Edgar Facó (no Ceará).

Assistam ao vídeo com a aplicação da atividade em 4 turmas diferentes.